ATA DA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA QUARTA COMISSÃO
REPRESENTATIVA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 25-01-2012.
Aos
vinte e cinco dias do mês de janeiro do ano de dois mil e doze, reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada
a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini,
Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem
Berta e Toni Proença, titulares. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os vereadores Aldacir José Oliboni, Engenheiro Comassetto e
Reginaldo Pujol, titulares, e Elias Vidal, João Antonio Dib, Luiz Braz e
Sebastião Melo, não titulares. Após, foram apregoados os Ofícios nos
015, 051, 052 e 077/12, do senhor Prefeito, encaminhando Vetos Totais,
respectivamente, aos Projetos de Lei do Legislativo nos 023/08 e
204/09, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/11 e ao Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 013/11 (Processos nos 0938/08,
4235/09 e 0587 e 4004/11, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos nos dias cinco e
seis de janeiro do corrente; Ofícios s/nº, da Câmara dos Deputados, emitidos no
dia vinte e nove de novembro do ano de dois mil e onze; Ofício nº 053/11, do
senhor Antonio José Gonçalves Henriques, Diretor Executivo do Fundo Nacional de
Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; e
Ofício nº 2393/11, do senhor Gustavo Meinhardt Neto, Coordenador da Caixa
Econômica Federal. Durante a Sessão, foram aprovadas as Atas da Primeira,
Terceira e Quinta Reuniões Ordinárias e as Atas Declaratórias da Segunda,
Quarta e Sexta Reuniões Ordinárias. Após, por solicitação dos vereadores João
Carlos Nedel e Toni Proença, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem
póstuma, respectivamente, ao senhor Ênio Veiga, falecido no dia de ontem, e ao
senhor Eduardo Surita Steigleder, falecido no dia vinte e dois de janeiro do
corrente. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Toni Proença, Paulinho
Rubem Berta, Nilo Santos, Reginaldo Pujol, João Carlos Nedel, Engenheiro
Comassetto, Carlos Todeschini, Aldacir José Oliboni, Sebastião Melo, Luiz Braz
e João Antonio Dib. Na ocasião, foi aprovado o Projeto de Decreto Legislativo
nº 001/12 (Processo nº 0248/12). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Luiz Braz, Sebastião Melo, Aldacir José Oliboni, Reginaldo Pujol,
João Antonio Dib, Engenheiro Comassetto, este pela oposição, e João Antonio
Dib, este pelo Governo. Durante a Sessão, o vereador Luiz Braz manifestou-se
acerca de assuntos diversos. Às onze horas e trinta minutos, o senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores
titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Mauro Zacher e Carlos Todeschini e secretariados
pelo vereador Carlos Todeschini. Do que foi lavrada a presente
Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º
Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Havendo quórum, damos por abertos os trabalhos da
presente Sessão.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de solicitar um minuto de
silêncio pelo falecimento do Sr. Ênio Veiga, que foi nosso Segurança
Parlamentar e que já se aposentou, falecido ontem, cujo velório está sendo
feito neste momento.
O SR. TONI
PROENÇA (Requerimento): Sr. Presidente, Mauro Zacher, quero cumprimentá-lo
por seu retorno à Casa; Secretário Todeschini, eu cumpro a honorável tarefa de
pedir um minuto de silêncio ao Sr. Eduardo Surita Steigleder, falecido neste domingo
e enterrado na segunda-feira, um jovem advogado de 34 anos que espalhou e
semeou muita alegria durante período que esteve entre nós.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Passamos às
O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações.
O SR. TONI
PROENÇA: Sr Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores. Sras. Vereadoras,
senhoras e senhores, servidores da Casa, nós tivemos ontem, terça-feira, pelas notícias
que se tem aí, Ver. João Antonio Dib, o maior consumo de luz, de energia, o
maior consumo de água de toda a história da cidade de Porto Alegre, causando,
inclusive preocupação no pico de energia – não sei exatamente a que horas, mas
chegamos ao consumo máximo dos últimos anos em Porto Alegre –, causando falta
de fornecimento de energia em alguns locais. Essa falta de fornecimento de
energia, Presidente Mauro, originou falta d’água em muitos locais,
principalmente nos locais mais altos de Porto Alegre. Eu hoje conversei com
Flávio Presser, Diretor-Geral do DMAE, e ele reconhece que é preciso fazer
alguns investimentos, dado o crescimento que a Cidade vem tendo, principalmente
na Zona Sul – na Restinga, foram licenciadas mais de 3 mil habitações –, e principalmente,
Ver. João Antonio Dib, porque a cidade está subindo o morro. Precisamos fazer
estação de bombeamento, mas a CEEE não está liberando novas estações de
bombeamento. Então é preciso fazer, numa palavra que o Governador Tarso gosta
muito de usar, uma concertação entre a CEEE e o DMAE – o Ver. Carlos Todeschini
pode falar melhor sobre isso, porque foi Presidente do DMAE –, para que, no
verão que vem, a gente não tenha deficiência no fornecimento de água. Mas, Ver.
Mauro Zacher, que está querendo trazer o debate na Cidade sobre um novo pacto
do Código de Posturas na Cidade, vou propor aqui que a Câmara se debruce sobre
um novo modelo de controle social e informação à população dos investimentos
necessários, do uso adequado dos recursos naturais. A população está meio
alheira a isso, e certamente a culpa dessa alienação se deve ao Poder Público.
O Poder Público deveria propor esse debate na sociedade constantemente. As
pessoas têm um mau hábito de usar água com abundância. Nós temos visto e
saudamos muito a emergência saudável dessa nova classe média que passa a
existir no Brasil graças às políticas públicas a partir do Governo Lula, mas
isso tem um fenômeno interessante no verão, que são as piscinas plásticas. As
pessoas estão comprando piscinas de três, quatro, cinco, doze mil litros. Tive
o cuidado de olhar os encartes de jornais deste fim de semana: as piscinas são
muito acessíveis, custam R$ 70,00; R$ 60,00. E as pessoas trocam a água, Ver.
Carlos Todeschini, todos os dias, em vez de tratar a água adequadamente.
Então, eu acho que falta ao Poder Público propor um
debate que informe à população do custo da captação, do tratamento da água, do
custo que tem o DMAE e desses gargalos que a infraestrutura, tanto de
fornecimento de água quanto de fornecimento de energia, pode encontrar em
momentos de pico de extremo calor como o dos últimos dias. Acho que esta Casa,
Ver. Mauro Zacher, poderia propor esse debate ainda em fevereiro; fazer um
grande seminário tratando desse tema. Acho que nós temos, de novo, que
repactuar o comportamento da sociedade em função dos recursos naturais, hoje
mais escassos e mais necessários pelo crescimento da população e pelo
aquecimento global. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): o Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
quero cumprimentar o nosso Prefeito no retorno a Casa.
Eu queria ir pela mesma linha do Ver. Toni Proença.
Só que eu acho que, com toda a gravidade do que o Ver. Toni Proença coloca
aqui, nós temos que conectar, de certa forma, esse problema na sua extensão
total. Por que eu digo na sua extensão total? Porque hoje, além do desperdício
de água, da má utilização da água na nossa Cidade, também existe o consumo de
luz, que é o que está emperrando isso aí.
Nós temos setecentas e poucas vilas irregulares em
Porto Alegre que precisam passar por um processo de regularização fundiária e
cuja parceria agora nós tentaremos fazer na CUTHAB, Ver. Toni Proença. Sempre
estamos todos aqui a seu serviço, para todos os Vereadores da CUTHAB
colaborarem.
O que atrapalha também a Companhia de Energia
Elétrica? A falta da regularização fundiária. Parece-me que nós todos precisamos
sentar em torno de uma mesa para fazer com que isso venha a acontecer.
Hoje, a energia elétrica é muito desperdiçada em
nossa Cidade; torna-se cara para os cidadãos que pagam, por causa dos chamados
“gatos” nas vilas, nos bairros, em alguns lugares da Cidade – e são muitos. O
desperdício de água em vilas irregulares, onde não é uma rede oficial, uma rede
produzida pelo DMAE, é muito grande – é a chamada mangueira preta aquela nas
vilas – e o Ver. Todeschini sabe que isso é verdade, que em várias vilas
clandestinas de Porto Alegre, que precisam passar por esse processo, tem que
ser feita a rede oficial. Até existe um Projeto do DMAE, que está levando até à
divisória das vilas – até dentro da área pública, com áreas privadas –, a
divisão, está levando relógios, está levando o consumo de água.
Então, eu quero me colocar à disposição; a CUTHAB
também está à disposição, para trabalharmos nessa questão.
Quero aqui também pedir a solidariedade e a
participação do nosso Presidente da Casa, porque a Casa, este ano, trabalha em
cima da regularização fundiária, para que possamos trabalhar neste sentido:
primeiro, baixar o consumo de energia elétrica, quando há uma rede elétrica
normatizada; o consumo de água – quando há uma rede normal de água, o consumo é
menor, porque o desperdício deixa de existir, e o cidadão deixa de ser onerado
com mais recurso, tendo que pagar mais; a luz se torna cara, porque o vizinho
da vila ao lado não está pagando, é o “gato”.
Então, nós temos que fazer o cálculo de quanto
onera a tarifa de energia elétrica, o valor da energia elétrica, porque a
Companhia automaticamente é obrigada a ceder luz, porque as ligações de luz são
clandestinas. Além do risco de incêndio, além do risco de pessoas morrerem,
além de tudo isso, nós ainda temos o consumo de energia elétrica, e quem acaba
pagando é o cidadão que cumpre a sua obrigação, por causa dessa luz clandestina
dos bairros e das vilas. Aqueles moradores que lá estão também querem pagar,
eles querem regularizar a situação; eles não querem, no meio da noite, ou no
meio de uma tarde, ficar sem energia elétrica, acontecendo de não poder tomar
um banho, não poder ter uma água quente, porque cai a luz. Então, esses
cidadãos querem pagar. A Companhia está tendo prejuízo, mas o prejuízo maior é
daquele cidadão que paga a energia corretamente, Ver. Toni Proença; o que paga
está subsidiando a energia elétrica para aquele que não paga, mas quer pagar.
Nas vilas clandestinas, os moradores querem pagar.
Então, acho que tem que existir um grande movimento
na Cidade, no ano de 2012, principalmente da CUTHAB, em parceria com esta Casa,
com a Prefeitura de Porto Alegre e com todos os Poderes, para que a gente
regularize, o mais rápido possível, um maior número de vilas em Porto Alegre.
Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em
Comunicações.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Zacher, que daqui a pouco assumirá novamente
a Prefeitura de Porto Alegre, Srs. Vereadores – vejo que hoje não temos a
presença de nenhuma Vereadora da Comissão Representativa –, senhoras assessoras
e senhores assessores, eu quero abordar um tema tão importante quanto o que foi
abordado aqui pelos Vers. Toni Proença e Paulinho Rubem Berta, no meu
entendimento: saiu uma pesquisa no Datafolha sobre a internação compulsória
para os dependentes do crack, com
comprometimento psiquiátrico.
Noventa por cento da população, ou seja, de cada
dez pessoas, nove concordam com a internação compulsória. Por que, Ver.
Paulinho Rubem Berta? Porque as pessoas já estão cansadas de assistir a esse
filme triste da vida real, que mostra as mães acorrentando seus filhos. As mães
não acorrentam os filhos, Rogério e Conceição, porque elas os odeiam: as mães
acorrentam os filhos nas suas casas exatamente porque elas não têm condições
financeiras de internar seus filhos. O sonho de uma mãe que tem um filho
usuário de crack é poder internar o
seu filho. Como ela não tem condições financeiras, termina acorrentando-o. Quantas
mães estão sepultando as crianças e os adolescentes? Quantas? Então, senhoras e
senhores, parece que Porto Alegre vai ter que começar a rever certos conceitos
também.
Esta Casa tem a responsabilidade de trazer aqui os
nossos Secretários da Saúde e da Assistência Social, e vamos ter que discutir
esta questão. Nós não podemos tratar a questão dos dependentes de crack, que hoje andam pelas ruas ou que
estão nas periferias, ou até em bairros nobres da Cidade, achando que cada um
tem que se virar por conta, que cada um tem que resolver o seu problema da sua
forma. Não! É uma epidemia, senhoras e senhores. É um caso grave! Requer, sim,
que o Legislativo se envolva; requer que o Legislativo sente com o Executivo,
sente com o Judiciário, porque, nesta Casa, o Ministério Público, a Promotoria
da Criança, do Adolescente, da Infância e da Juventude, declararam aqui,
senhoras e senhores, que têm, sim, interesse em determinar a internação
compulsória; têm interesse, sim, em internação para aquelas pessoas usuárias de
crack ou dependentes químicos, Ver.
Nedel, que têm comprometimento psiquiátrico, que hoje são um perigo para elas,
são um perigo para as suas famílias, são um perigo para toda a sociedade.
Como é que nós vamos ficar apenas assistindo às
mães simplesmente prenderem os seus filhos dentro de casa, acorrentarem os seus
filhos? Até quando nós vamos assistir a isso? Se isso não interessa, Ver. João
Dib, se isso não é importante para a Cidade, eu não sei o que é importante!
É importante nós discutirmos este tema, sim. É mais
importante discutir este tema do que discutir trânsito, discutir aeroporto,
estádio de futebol. É muito mais importante discutir essa epidemia que tomou
conta da nossa Cidade! Crianças com sete ou oito anos dependentes do crack! Onde se viu?!
Internação compulsória é a saída, senhores e
senhoras, porque as mães não internam porque elas não têm condições financeiras
para internar. Para quem tem, sim, comprometimento psiquiátrico, o próprio
Ministério Público vai lá e determina a internação compulsória, e o Estado, o
Município têm condições, sim, de bancar essa conta, porque...
(Som cortado automaticamente por delimitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. NILO
SANTOS: ...internar 20 dias para um tratamento desses é jogar dinheiro no lixo!
Tem que ficar meses e meses internado! E, se nós não tivermos espaço para
discutirmos isso dentro desta Casa, é melhor fechar a Casa! É melhor fechar
esta Casa se nós não pudermos discutir aqui dentro a questão de crianças,
adolescentes, jovens e velhos usando crack
e morrendo todos os dias! Esta Casa precisa estar atenta e não pode levar
isso na brincadeira! Quando um Vereador se manifesta aqui, não pode outro
Vereador brincar com essa questão! Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
eu tenho em mãos a Lei nº 6.952, de 6 de dezembro de 1991, Ver. Dib. Esta Lei,
sancionada pelo Prefeito Olívio Dutra, pelo Secretário Municipal de Obras e
Viação, Newton Burmeister, e publicada por determinação do Secretário do
Governo Municipal, Hélio Corbellini, diz o seguinte, meu caro Ver. Todeschini
(Lê.): “Denomina Largo da Legalidade a um logradouro público. Art. 1º – Fica
denominada Largo da Legalidade a área fronteira ao Palácio Piratini, à Catedral
Metropolitana e à Praça Marechal Deodoro. Parágrafo único – As placas
denominativas contarão abaixo da denominação os seguintes dizeres: ‘Deste
Largo, Leonel Brizola, em 1961, comandou a Resistência Democrática’. Art. 2º –
Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. (...) Prefeitura Municipal
de Porto Alegre, 4 de dezembro de 1991”. O que é que tem, Ver. Haroldo, que em
breve estará novamente presidindo a Casa, de relevância nessa leitura que
estamos fazendo? É que, no ano passado, entre novembro e dezembro, esta Casa
ficou longo tempo discutindo se haveria de transformar a Av. Castelo Branco em
Av. da Legalidade. Para homenagear esse fato histórico, nós que nos opusemos
àquela medida, por acharmos que tinha um nítido caráter reversista,
sustentávamos que nós não éramos contrários a qualquer homenagem a esse evento
histórico e que estávamos dispostos a, tão logo fosse possível, subscrevermos
uma proposta no sentido de denominar essa área como sendo o Largo da
Legalidade, assumindo inclusive uma proposta que o ex-Vereador Frederico
Barbosa nos havia formulado. Nós propusemos inclusive que qualquer um dos
integrantes da Bancada do PDT, especialmente o Partido do engenheiro Leonel de
Moura Brizola, providenciasse esse Projeto de Lei e aguardamos até os últimos
dias para que isso acontecesse. Ontem, a nossa assessoria concluiu uma pesquisa
em que, por iniciativa do então Vereador, hoje falecido, Isaac Ainhorn, a Casa
havia, em 1991, Ver. Dib – e V. Exa. tem que se cuidar, V. Exa. não se lembrou
desse fato; eu não tinha que me lembrar porque, em 1991, eu não era Vereador,
V. Exa era –, naquela ocasião, havia feito essa homenagem. E, evidentemente,
isso reforça, Ver. Nedel, aqueles argumentos que V. Exa. esgrimiu com tanta
competência durante a impugnação daquela tentativa de se remexer num processo
histórico que a inteligência brasileira resolveu sepultar através da anistia,
do entendimento e do esquecimento. Então, se eu venho à tribuna neste dia e
nesta hora para fazer esse tipo de comentário, é porque, Vereador-Presidente,
nós pretendíamos preparar um Projeto de Lei e oferecer à sua Bancada, do PDT,
nesse sentido. Qual não foi a nossa agradável surpresa... (Falha no som.)
Então, nós vamos divulgar esse fato numa homenagem que fizemos àquele que
consciente, responsável e honestamente queriam ver homenageado – o grande líder
de uma enorme facção de gaúchos –, que foi o engenheiro Leonel de Moura
Brizola, e que, evidentemente, já está devidamente homenageado desde o ano de
1991, não precisando que, oportunísticamente, fosse trazido à baila o seu nome
para lastrear um projeto nitidamente revanchista e que nada contribui para a
evolução do processo democrático deste País no presente momento. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
0248/12 - PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO Nº 001/12, de autoria da
Comissão de Constituição e Justiça, que autoriza o Prefeito Municipal de Porto Alegre, Sr. José
Fortunati, a ausentar-se do Município e do País, das 14h2min do dia 02 de fevereiro
às 13h44min do dia 12 de fevereiro de 2012, para viajar ao Estado da Palestina
e ao Estado de Israel.
Parecer:
-
da CCJ.
Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Em discussão o PDL nº 001/12, que autoriza o Prefeito
Municipal, Sr. José Fortunati, a ausentar-se do Município e do País, das
14h2min do dia 02 de fevereiro às 13h44min do dia 12 de fevereiro de 2012, para
viajar ao Estado da Palestina e ao Estado de Israel. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente, Ver. Mauro Zacher; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras,
primeiramente gostaria de lamentar a invasão ocorrida em
uma área da Prefeitura Municipal na Estrada Retiro da Ponta Grossa. Recebi
telefonemas de moradores do entorno que estão extremamente preocupados com sua
segurança, até são impedidos ou pressionados quando estão na parada de ônibus,
vão apanhar a sua condução e são molestados pelos invasores daquela área onde
estava instalada a antiga antena da Rádio Farroupilha que foi permutada pelo
Município há um bom tempo. Contatando o DEMHAB neste momento, fui informado de
que a área é destinada ao DEMHAB, mas estudos realizados constataram que a área
fica abaixo da cota e precisa um investimento de aproximadamente 25, 30 milhões
para se colocar adequadamente, para fazer alguma construção para o Minha Casa,
Minha Vida, ou seja, a infraestrutura vai sair muito mais cara do que a própria
construção.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, o
senhor esteve em contato com o DEMHAB, e pergunto se tem informações de quais
providências o DEMHAB tomou para preservar a área, visto que é pública,
portanto, é dever do DEMHAB preservá-la, e, portanto, ela precisa estar livre e
disponível para fins de uso das políticas públicas de habitação. Qual a
providência que o DEMHAB tomou para tanto?
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Perfeitamente,
Ver. Carlos Tosdeschini, estou informado de que DENHAB já pediu a reintegração
de posse para que aquela área permaneça com o Município. É difícil fazer uma
construção de moradias, porque é um local sujeito a alagamentos, se as pessoas
continuarem lá e houver uma chuva forte, fatalmente deverão ser atendidos pela
Prefeitura por causa dos alagamentos. Então, a comunidade já havia solicitado
há um bom tempo que aquela área fosse transformada em uma praça, em um parque,
inclusive existe um prédio que até não vamos dizer histórico, mas importante
prédio a ser talvez preservado, mas a área a população pediu que fosse transformada
em praça, e a Procuradoria já solicitou a reintegração de posse.
Eu queria rapidamente dizer que fiz um Pedido de
Informações, porque estou extremamente preocupado com o trânsito de nossa
Cidade. Às vezes, Ver. Nilo, há três ou quatro coisas que a gente pode fazer e
que não são grandes construções, mas que a gente pode fazer. Primeiro, a
redução do canteiro central da Av. Nilópolis no trecho que inicia na Rua Jaime
Telles: já estava programada a obra, Ver. João Antônio Dib, quando acertaram
aquele nó da Rótula da Rua Carazinho com a Av. Nilo Peçanha, mas não fizeram
ainda.
O segundo Pedido de Informações é para saber quando
será efetuado o alargamento da Av. Wenceslau Escobar no trecho da Av. Diário de
Notícias até a Av. Pereira Passos. Ali vai haver uma contrapartida da
Goldsztein, mas até agora a Prefeitura não deu licença para o empreendedor
fazer, às suas custas, aquele alargamento, Ver. Pujol. E isso está já há uns
cinco anos e não é feito.
O terceiro é também sobre o alargamento da Av.
Goethe, naquele trecho da Rua Castro Alves até a Rua Dona Laura, que está
estrangulando o trânsito naquela área e está há dez anos para ser feito. Aquele
alargamento será feito às custas do shopping
Moinhos, também não haverá despesas para o Município. Acontece que
realmente tem que se retirar algumas árvores, mas existe a compensação de cinco
ou dez vezes mais, então não há nenhum problema. Muito grato, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.)
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, só para dizer que eu estava presente nas cerimônias fúnebres do ex-Segurança Parlamentar aqui da Casa, Enio
Veiga, que era uma pessoa que tinha uma boa relação conosco, que trabalhou aqui
na Casa durante muito tempo, e eu fiz questão de estar lá representando todos
os Vereadores da Casa, porque, afinal de contas, acredito que o Enio seja amigo
aqui de toda a Casa. Então, só para comunicar a V. Exa. e a Câmara Municipal
que eu estava presente representando a todos.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Zacher): Ver. Luiz
Braz, o Ver. Nedel já tinha solicitado um minuto de silêncio.
O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra em Comunicações.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Zacher; colegas Vereadores, senhoras e senhores que nos
assistem, Porto Alegre, neste final de janeiro, recebe novamente um conjunto de
movimentos sociais de todo o Planeta para analisar e discutir um problema que
não é local, mas um problema global, nesse Fórum Social Temático, onde está
claro para a humanidade que o atual modelo e todos os seus desmandos não podem
continuar. E o grande exemplo que está sendo sentido pela humanidade é a crise
europeia, que é a crise americana pautada numa economia onde o papel é o que
vale, deixando de considerar, principalmente, os potenciais dos recursos
naturais e a diversidade cultural e social que existe no nosso Planeta.
Porto Alegre recebe
esse conjunto de visitantes de todo o mundo, junto com as demais cidades da
Região Metropolitana, para justamente provocar essa reflexão. Amanhã, nós
teremos o prazer de receber a nossa Presidente da República, Dilma Rousseff. E
nesse contexto mundial, o Brasil é um dos poucos países do mundo que está “bem,
obrigado”! Dilma Rousseff, e o Ver. Dib lembra que nós aprovamos aqui, que,
certamente, este ano, virá a esta Casa receber o Título de Cidadã
Porto-Alegrense – merecidamente, até porque ela passou por esta Casa,
auxiliando na condução dos trabalhos.
Portanto, o Brasil está diante dessa situação, e
não é por acaso, é uma situação privilegiada, mas porque tem a determinação de
um projeto político, que se iniciou com o Presidente Lula, e que tem
continuidade com a Presidente Dilma. E, neste momento, recebemos uma pesquisa
de opinião, na qual a Presidente Dilma alcançou os melhores índices de todos os
Presidentes anteriores, pelo menos das últimas três ou quatro décadas deste
País. Isso não é à toa, isso não vem isoladamente; vem porque tem um projeto
político para este País. Primeiro, pela inversão de prioridades; segundo,
porque está revalorizando o Estado, fazendo com que o patrimônio do Estado não
seja privatizado, e seja colocado à disposição da nação brasileira. Como
exemplo, cito a Caixa Econômica Federal, que hoje impulsiona um dos grandes
veios, que é economia da construção civil, com programas como o Minha Casa,
Minha Vida.
Portanto, quero registrar, aqui, que Porto Alegre
recepciona, sim, de braços abertos, todos esses segmentos da sociedade mundial
que aqui estão, todos os movimentos sociais, os pensadores, bem como, amanhã,
recepcionará a nossa Presidente da República, que conduz, neste País, um
projeto de nação, um projeto que é fruto de inversões de prioridades, de
decisões políticas, de austeridade e de uma postura firme como gestora. Aqueles
que não acreditavam no Presidente Lula, ou que não acreditavam na Dilma como
Presidente da República, agora a sociedade toda a aplaude com os resultados que
saíram na pesquisa desta semana como a melhor Presidente de toda a história da
república brasileira. Um grande abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher); O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em
Comunicações.
(Aparte antirregimental do Ver. Luiz Braz.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Ver. Luiz Braz.
Cumprimento o Sr. Presidente, os Srs. Vereadores e todos que nos assistem, e
também quero reforçar essa questão de, diante de todas as dificuldades
mundiais, de toda a crise, o Brasil ser um lugar, no cenário internacional,
para enfrentar dificuldades. E, também, a nossa língua é uma grande barreira
para relações e para ter mercados aliados. A Língua Portuguesa é uma língua
belíssima, uma língua nobre, mas infelizmente ela só é falada em Portugal,
Angola, Moçambique, Guiné. São muito poucos os lugares, e, se comparada com
outras línguas, como o inglês, nós ficamos completamente diminuídos no cenário
internacional. Então, sendo o Brasil um lugar onde o idioma não deixa de ser
uma barreira, e o Brasil se colocar, Ver. Luiz Braz, como um caso de sucesso
mundial, é algo que tem que ser comemorado por todos, porque isso é bom para
todos. Não é só porque a Presidente Dilma vem numa continuidade do Presidente
Lula, e algumas questões também são herança dos Presidentes anteriores, como o
Fernando Henrique, mas também tem a tintura e tem a marca destacada do Governo
Lula, do Governo Dilma, que imprime a sua visão e o seu ritmo, fazendo com que
nós tenhamos esses índices de sucesso que são e devem ser comemorados por
todos, porque isso é bom para o Brasil, é bom para toda a sociedade. E o Brasil
passa a caminhar rapidamente para ser um país de classe média, um país de
sustentabilidade econômica, um país de destaque ambiental e tudo o mais. Nós
teremos a presença da Presidente amanhã, ela vai tratar do tema “as políticas
sociais e o governo”. Para esse evento estão convidados todos os Vereadores, toda
a sociedade que nos assiste, todos os porto-alegrenses, todos os gaúchos,
enfim, todos que possam e queiram ir ao Gigantinho, às 19h. Estaremos lá para
dialogar de perto com a nossa Presidente, e vão estar também presentes o
Presidente do Uruguai, José Mujica, e outras autoridades. Então, nós temos a
satisfação de convidar a todos para essa atividade, amanhã, quinta-feira, às
19h, no Gigantinho.
Também quero falar aqui sobre a questão da água. O
Ver. Toni Proença fez uma exposição inicial, dizendo que o DMAE não está
preparado. Não é bem isso. É que, nos dias de pico, é assim mesmo: não há o que
controle, não há água que chegue. E, por isso, é importante a consciência, que
as pessoas se reconfortem com o uso da água, mas que não desperdicem, porque
senão não vai ter água, não tem reservação e não tem bombeamento que deem
conta.
Ontem tivemos a temperatura de 35º, a sensação
térmica talvez de 38º ou 40º, isso acontece uma, duas vezes na semana, vai
tornar a acontecer na segunda-feira, terça-feira que vem também. Portanto, o
mais importante de tudo é um bom trabalho de educação ambiental, Ver. Toni
Proença, para que a água não falte e a luz dê para todos. Então, é o mais
importante de tudo isso, mais do que fazer obras de investimento em
bombeamentos, é fazer uma divulgação, uma conscientização ambiental das pessoas
sobre o caso.
Por outro lado, nós temos verificado, com a
estiagem cada vez mais constante, a escassez de água. Eu acompanhei aqui várias
cidades do interior onde os poços artesianos secaram, não davam mais conta, e
estão sendo prospectados, perfurados a profundidades cada vez maiores. Portanto
nós temos que ter um cuidado cada vez maior em relação à água, inclusive, com o
reuso da água, conforme nota do Affonso Ritter, de hoje, no Caderno de Economia,
do Jornal do Comércio, que está muito
bem apropriado. Inclusive trabalho
que nós fizemos no DMAE, que foi abandonado, Ver. Toni Proença; foi
simplesmente descartado, foi jogado às calendas, e tem um extraordinário
resultado...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Zacher): Peço ao Ver. Carlos Todeschini que me substitua na
coordenação dos trabalhos.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
(O Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. LUIZ
BRAZ: Ver. Mauro Zacher, Presidente da Casa; Ver. Carlos Todeschini, que
assume agora a Vice-Presidência; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras. e
senhores. Eu, como brasileiro, torço muito para que a gestão da Sra. Presidenta
Dilma possa ser de muito sucesso. Mas eu, neste momento, não vejo os motivos
pelos quais alguém pudesse votar de forma positiva com relação àquilo que está
acontecendo em nosso Brasil. Eu queria que alguém me apontasse alguma coisa
acontecendo agora melhor do que já aconteceu no passado. A Saúde é um caos
completo; então, eu não posso dizer que a Presidenta Dilma está resolvendo o
problema da Saúde, porque não está. As pessoas, infelizmente, estão passando
por problemas seriíssimos, continuam passando por problemas seriíssimos. Eu não
digo que no passado foi melhor, mas, com certeza, nós estamos passando,
realmente, talvez, pelos piores dias com relação à Saúde.
Segurança Pública: as pessoas nunca se sentiram tão
inseguras como se sentem agora, e eu noto que há uma crise muito grande, tantos
nos meios militares, como também nos meios civis com relação a Segurança
Pública. Então, não pode ser comemorado absolutamente nada.
Se nós formos para o campo da Previdência Social,
eu acho que o aposentado nunca foi tão maltratado como ele está sendo
maltratado agora; então também não podemos dar notas positivas para a
Presidenta com relação a isso. O salário mínimo, ele cresceu 14%, Ver. João
Dib, mas assim mesmo ele é metade do que, por exemplo, a Argentina paga, com
toda a crise econômica que eles vivem. Nós temos talvez um dos menores salários
mínimos pagos em toda a América.
Os juros, eles nunca foram tão altos; os banqueiros
nunca ganharam tanto como estão ganhando no momento atual. Eu quero dizer e
quero repetir que o único país na América Latina que cobra juros extorsivos
como nós cobramos aqui no Brasil somos nós mesmos aqui. Em todos os outros
países da América Latina, os juros são menores, estão mais ou menos na casa dos
3% ao ano, o que é uma média razoável, aceitável. Nós aqui, quando é cheque
especial, temos, muitas vezes, praticamente 10% ao mês. Então, não podemos
estar comemorando isso.
Os empregos... Nós temos muitos empregos, mas não
há pessoas para assumi-los; as pessoas não estão aptas a assumir porque a
educação é péssima. Os jovens já têm uma péssima escola e não podem, realmente,
formar-se bem, e, como eles estão mal formados, eles não podem, depois, assumir
os cargos que são oferecidos. Então, têm muito cargo, muito emprego que é
oferecido, principalmente no campo da Informática, mas não há gente para
assumir, porque a educação é de péssima qualidade.
Então, quando eu começo a procurar motivos para a
nota positiva e alvissareira da Presidenta Dilma, eu só posso encontrar um
motivo, o marketing que é utilizado
pelo Governo. Essa equipe de marketing
é fabulosa, porque, apesar de as pessoas passarem fome, apesar de as pessoas
estarem com muitas necessidades assim mesmo a notícia que passa lá fora é de
que nós estamos num mar de rosas. Mentira! Se as pessoas continuarem
acreditando assim, nós não vamos conseguir resolver os problemas que nós temos,
porque nós vamos nos contentar com a situação, e a situação não é boa, a
situação talvez seja uma das piores pelas quais já passamos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Meu caro Presidente dos trabalhos, Ver. Todeschini;
prezados colegas, primeiramente, quero exprimir meus votos de boas realizações
na gestão que recém assumiu, boa gestão da Casa reflete a favor da Cidade. De
resto, quero deixar votos de uma boa caminhada de ano a todos os meus colegas
Vereadores, especialmente votos nas urnas aos que vão concorrer.
Destaco aqui dois assuntos, meu caro Pujol. Eu não
sou tão antigo quanto o Dib, quanto o Pujol, o Braz e outros nesta Casa, mas
estou aqui há 11 anos, e, todos os anos, em janeiro, a gente sabe mais ou menos
dessa questão da greve dos nossos rodoviários. Olha, essa gente podia ser um
pouquinho mais competente; o que me passa é que há um grande acórdão: eu faço
de conta que faço uma greve, fazendo um acerto com a patronada, e o Conselho
Municipal faz um silêncio sepulcral. Aliás, eu acho, Presidente Todeschini, que
esse Conselho foi constituído na época dos Governos do PT, e ele nasceu com uma
boa finalidade, que era botar a sociedade civil, o Governo, que é majoritário
nesse Conselho. Mas eu quero fazer uma pergunta ao Conselho: do que mais trata
o Conselho Municipal de Transportes? É só do aumento da tarifa, ou trata de
alguma outra coisa? Porque ele tem várias atribuições. Quem sabe numa temática
dessas, Presidente, convidassem o Conselho Municipal de Transporte para vir
aqui, para saber se ele está cuidando, se está faltando ônibus lá na ponta do
bairro Restinga, lá no bairro Sarandi, se as pessoas estão andando bem nos
ônibus. Eu acho que seria um bom debate. Quero deixar essa sugestão, porque eu
não aguento mais ver esta coisa: vou lá, faço um barulho, boto um incendiário
ao lado do outro, vou lá e sento com o patrão, e aí vem o aumento da tarifa.
Tem que aumentar? Tem que aumentar, mas não é preciso fazer isso!
Agora, Ver. Braz, não se faça injustiça, o Fernando
Henrique é um grande líder, mas também foi amigo dos banqueiros, foi o pai; o
Lula, a mãe; e a Dilma não sei o que vai ser. Um pouco de dinheiro para os
nossos bravos trabalhadores e muito salamaleque para os banqueiros. Essa é uma
coisa que tem ocorrido no Brasil. Agora, é verdade que o Brasil alcança a
Inglaterra do ponto de vista da macroeconomia, mas somos o 84º país no Índice
de Desenvolvimento Humano. Há gente ainda passando fome neste País, há gente
morando debaixo da ponte neste País, Ver. Oliboni. É verdade que há uma ascensão
da classe média que se deve aos Governos, mas a estabilidade econômica não foi
uma conquista deste Governo. Para qualquer país melhorar, tem que ter
estabilidade econômica e política.
Ver. Dib, eu não tenho tempo; das leituras que fiz
de dezembro até agora, quero destacar dois livros. Eu havia recebido um livro
sobre Loureiro da Silva, de Celito De Grandi – um grande jornalista –, acho que
foi do Ver. Dib, que estava na minha prateleira. Agora, na minha ida a Goiás,
nesta semana, li dois livros: A Privataria Tucana e o livro do Loureiro da
Silva. Olha, Dib, não li a biografia dos outros Prefeitos. Acho que o Otávio
Rocha foi um grande Prefeito, assim como o Thompson, o Loureiro, o Leonel,
entre outros. Olha, acho que o Loureiro foi um homem além do seu tempo, uma
figura excepcional! Hoje, o que temos aí, meus caros Vereadores, especialmente
na área viária, se não fosse o Loureiro da Silva, esta Cidade, que já é um caos
na área do trânsito, não teria sobrevivido.
Então, Ver. Dib, V. Exa., que, mais do que ninguém,
fala sobre o livro O Charrua, quero lhe dizer que fiquei encantado com aquela
obra, porque, nos dois momentos em que ele foi Governo, especialmente, no
primeiro momento, quando o Governo do ditador Getúlio Vargas...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO: ...Agradeço a V. Exa. pela gentileza. Pior é que
não vai haver contestação porque se cria uma jurisprudência, que vale para os
outros.
Pois bem, no primeiro Governo, em que foi
interventor – o Ver. Pujol conhece toda essa história –, ele alavancou a nossa
Cidade, nas décadas de 30, 40, para um outro patamar. Depois, ele se elegeu
Prefeito, em uma dissidência fantástica, quando o Brizola deixou a Prefeitura e
foi para o Governo, ficando o Tristão Sucupira Viana. Ele pegou um Governo
completamente endividado, por uma das grandes crises desta Cidade, e teve a
capacidade de, no final do seu mandato, entregar um Governo absolutamente
saneado.
Portanto, Dib, quero, no momento oportuno – o
senhor que é especialista nesta matéria, assim como o Ver. Pujol e outros...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Carlos Todeschini, na presidência dos trabalhos;
colegas Vereadores e Vereadoras; público que acompanha a nossa Reunião
Representativa no dia de hoje. Eu tenho a certeza de que a ansiedade dos nossos
colegas em lutar por um mundo melhor é a nossa missão, Ver. Luiz Braz, nobre
colega, até porque não se justificariam os Parlamentos se não tivéssemos
espaços para dialogar e para propormos novas ideias.
Mas eu tenho certeza absoluta que o Brasil era um
antes do Governo Lula, e é outro depois do Governo Lula. E, com certeza, posso
aqui pautar algumas coisas que são fundamentais. Se nos anteriores Fóruns
Sociais Mundiais, uma das faixas que chamava a atenção era “Fora Fundo
Monetário Internacional”. Pois o Governo Lula não só acabou com essa dívida,
mas tornou credor do Fundo Monetário Internacional.
Lá atrás se falava contra o Neoliberalismo, “Fora
Neoliberalismo”. Hoje o Neoliberalismo está em decadência, portanto, os grandes
empresários, os que detinham o controle da mão de obra, dos trabalhadores, da
política, de uma forma internacional, não só nacional, hoje tem que discutir
melhor os governos que ora o Brasil, aqui, tenta ditar as regras.
Portanto, não é por acaso que o Governo Dilma, com
59% de aceitação da população brasileira está herdando uma situação confortável
trazida pelo ex-Presidente Lula, mas conduz um caminho mais seguro e promissor
com relação à política nacional em vários aspectos. Eu tenho certeza, Ver.
Comassetto, que era um Brasil antes, e hoje muito mais consolidado, até porque
o nobre e grande Presidente Fernando Henrique Cardoso, na verdade, trabalhava
com as privatizações, numa outra lógica da democracia. Portanto, temos divergências
muito pontuais. E é nesse sentido que nós temos que preparar os caminhos para o
futuro, de uma forma mais consolidada, como quem, de fato, olha a democracia
como um momento importante para que a cidadã e o cidadão possam debater
projetos fundamentais, estruturantes.
Nós percebemos que o Fórum Social Mundial é uma
conquista, o retorno a Porto Alegre é muito saudável, porque aqui hoje se
colhe, não só em termos de turismo, inclusive a motivação que existe na Cidade
na área do comércio, na hotelaria, mais do que isso, os temas que são abordados
que poderão tirar o indicativo para que os governantes se pautem sobre esses
aspectos. Nós percebemos ontem, no calendário do Fórum Social Mundial, assuntos
fundamentais, que todos nós, que participaremos das oficinas, poderemos não só
ouvir, mas também traçar políticas importantes para trazer ao Parlamento e
contribuir nesse aspecto. Sabemos nós que, para Porto Alegre, muitos assuntos
são fundamentais, seja na Saúde, no meio ambiente, na reestruturação da Cidade,
Ver. João Antonio Dib, V. Exa. que estava lendo, se não me engano, um
documentário, um livro muito antigo do Loureiro da Silva, e dizia V. Exa. sobre
a questão do metrô, já naquela época, ou da intenção de trazê-lo para Cidade. É
mais importante sabermos que esses projetos estruturantes, que são apontados
como prioridades e que o Governo Federal está disponibilizando recursos, não
sejam perdidos. E aí que faz a diferença o Governo Dilma: disponibiliza o
recurso, mas se não houver criatividade, se não houver agilidade, presença dos
governos municipais e estaduais, as coisas não acontecem. É preciso estar
vigilante, estar presente, porque pouco adiantaria ter um programa nacional de
combate ao crack se os municipais não
encaminharem ao Ministério da Saúde essas iniciativas. Então, é fundamental os
governos municipais estarem lincados com as ideias políticas do Governo
Federal. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores,
o Ver. Braz provocou um debate positivo na Casa nesta manhã e eu quero nele me
integrar, afinal, eu não sei em que País eu estou vivendo, se é naquele País em
que a grande mídia brasileira e a propaganda oficial apresentam, ou se é
naquele que a gente constata no dia a dia. Eu nunca imaginei que um dia eu
pudesse por em dúvida a matemática, Ver. Dib, V. Exa. que é engenheiro, é um
daqueles que professa a fé na firmeza e no rigor da exatidão matemática, que
dois mais dois são quatro, que cinco mais cinco são 10. Mas hoje, Ver. Braz, V.
Exa. faz ressaltar para mim algumas dúvidas quanto à certeza da realidade
matemática, da exatidão da soma dos acertos e dos erros. O próprio Deputado que
me antecedeu na tribuna, o nosso querido colega que, no início do mês, estará
assumindo na Assembleia Legislativa do Estado, acentua esse particular, quando
ele exalta algumas circunstâncias que são exatamente o contrário, um abismo na
vida político-administrativa deste País. Diz o Vereador, e futuro Deputado,
Oliboni que o Lula desfez o “Fora FMI”, porque pagou o FMI e deixou de ser
devedor do FMI e passou a ser credor do FMI, numa aberração que a lógica não
consegue superar, de jeito nenhum, e que a matemática acentua! Para pagar o
FMI, que emprestava ao Brasil a juros inferiores ao mercado internacional,
porque o Brasil era associado – e é associado do FMI – e tinha direito de ir lá
e buscar financiamentos a juros compatíveis com a nossa necessidade de caixa ou
de desenvolvimento, para pagar isso, o Governo do Lula, que é saudado pelo
Deputado Oliboni, endividou este País, com a Nação brasileira comprando e
vendendo títulos da dívida pública para os banqueiros a um juro dez vezes maior
do que aquele que o Brasil pagava quando devia para o Fundo Monetário
Internacional. E nós passamos a dever, hoje, mais de um trilhão de dólares –
este é o passivo nacional da economia brasileira nos dias atuais. E aí, Ver.
Dib, eu fico no desencanto com a matemática! Porque é a matemática que me
mostra esses números, faz com que todo mundo venha a aplaudir o Governo Lula
como tendo feito um grande milagre em desfazer o “Fora FMI”, mas nos botou em
dívida com o mundo inteiro! Hoje, o Brasil é o paraíso dos banqueiros
internacionais. Nós festejamos, a todo dia, a toda hora, a entrada dos dólares
das especulação que vêm para a Bolsa para receberem juros muito superiores
àqueles que pagaríamos para o Fundo Monetário Internacional se não tivéssemos a
necessidade de rolar essa dívida; se não ficássemos bancando os fortes, e
deixando as nossas reservas depositadas lá no FMI – para fazer cartaz e dizer
que o Brasil é economicamente forte –, reservas essas que são remuneradas a
menos de 1% ao ano, enquanto nós pagamos 12%!
E, certamente, Ver. Braz, V. Exa. vai encontrar aí
a resposta que quer. Este é o País que os banqueiros internacionais adoram, e
não faltarão financiadores de pesquisas mentirosas que induzem a pensar que
todos os brasileiros são uns idiotas, que não se dão conta dessa barbárie que
acontece na Nação, quando é solapada a nossa economia em favor da banca
internacional e em contrário ao interesse da Nação brasileira. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Carlos Todeschini; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; meus senhores e minhas
senhoras; o Ver. Sebastião Melo falou na mais ilustre das figuras de Prefeito
de Porto Alegre, que foi José Loureiro da Silva. Na definição de Nilo Ruschel, se esta Cidade foi amada com amor e
paixão, José Loureiro da Silva foi o seu amante. Entre cerca de quatro dezenas
de homens que dirigiram esta Cidade, sem dúvida nenhuma, Loureiro da Silva se
destaca.
Quero fazer um reparo
ao pronunciamento do Ver. Sebastião Melo, porque o Conselho de Transportes foi
criado em 1960 pelo Prefeito José Loureiro da Silva, com a finalidade de
examinar os problemas de transporte da Cidade e projetar, acompanhar os
projetos, porque lá estavam a Secretaria de Obras – não tinha a Secretaria de
Planejamento –, estava a Secretaria de Transportes, a Secretaria de Governo,
enfim, havia uma série de Secretarias da Prefeitura e também as entidades das
associações de bairro.
De qualquer forma, o
que quero dizer é que ele era um homem que amava esta Cidade e pensava nesta
Cidade para muito tempo. Na sua administração, lá em 1939, ele propôs que fosse
feita a radial Vasco da Gama, e essa radial Vasco da Gama só se completou na
Administração do Prefeito Guilherme Socias Villela, no final da década de 70 [século XX], quando abriu a parte que
hoje se chama Rua Irmão José Otão –
aí está a radial; ele dizia que seria alternativa para a Av. Osvaldo Aranha e
para a Av. Independência, e o é.
Quando todo mundo
fala em metrô, quero mostrar a preocupação desse extraordinário Prefeito com a
sua Cidade, que ele tanto amava. Ele dizia o seguinte – e vou ler o que está
escrito (Lê.): “O bonde, pela sua ampla lotação, pela sua possibilidade de
vencer rampas fortes, portanto, adaptado à topografia de Porto Alegre, e pelas
suas baixas tarifas, será ainda, por muitos anos, o meio mais popular
de transporte coletivo. Só quando os bondes atingirem efetivamente o limite de
suas possibilidades e quando não mais se puder resolver o problema do
transporte coletivo no mesmo plano do tráfego restante, a solução será o
‘Metropolitano’ ou trem subterrâneo.”
Essa data evidentemente ele não marcou, mas
aconteceu no dia 8 de março de 1970, quando outro grande Prefeito, Telmo
Thompson Flores, extinguiu o bonde em Porto Alegre. Daí, então, nós tínhamos
que ter estudado o metrô. Em 1965, o Professor Luís Ribeiro Soares dizia que a
Cidade, quando atinge um milhão de habitantes, tem que estar preparada para o
metrô, e nós estávamos chegando lá. Isso foi alertado pela SMT na oportunidade.
Depois de quase duas décadas, a Câmara Municipal discutiu o problema metrô; não
houve acerto nos Governos, mas agora parece que vai acontecer, pelo menos
existem verbas apregoadas. Eu não vi o projeto ainda; existe um plano, o
projeto é muito mais complicado, mas, de qualquer forma, Loureiro da Silva
previa também o metrô para Porto Alegre em 1939. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente em exercício, Ver. Carlos
Todeschini; meus colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, eu
preparei uma fala sobre o tema Porto Alegre e o planejamento necessário, mas
não poso me furtar de comentar aqui as falas dos nobres colegas Líderes do PSDB
e do DEM, Ver. Luiz Braz e Ver. Reginaldo Pujol, que cumprem o seu papel de oposição.
Agora, o que o povo brasileiro está dizendo é exatamente o contrário do que os
senhores afirmam aqui, portanto, sempre é bom ouvir o que o povo fala e
reconhece, a exemplo da última pesquisa. Se fôssemos analisar os fatos,
poderíamos dizer assim: “O grande Fernando Henrique Cardoso não recebeu tantos prêmios honoris
causa das universidades mundiais como recebeu o técnico eletrônico Lula,
que conduziu este País, e aí por diante.
Quem não lembra da
crise de 1999, quando a taxa Selic era de 45%? Hoje, nós temos a menor taxa
Selic da história do Brasil, de 10,5%; na época, era de 45%, na época do
Fernando Henrique.
Então, esses dados
têm que ser analisados. Se os banqueiros ganham dinheiro – o que é verdade e
temos de combater e diminuir isso –, eles se fartaram quando era 45% e não
agora, quando é 10,5%.
Recomendo, sim, aos
meus colegas – recomendar é muita pretensão – que analisem esses dados, esses
fatos históricos que estão sendo divulgados. As pesquisas aí colocam a
Presidente Dilma como a melhor Presidente avaliada pelo povo. Bom, isso tem de
ser ouvido.
E quero dizer o
seguinte: quero convidar os colegas, também, para um debate no Fórum Social
Mundial. Hoje à tarde, a Frente Parlamentar da Reforma Urbana, que temos o
prazer de coordenar, fará um debate lá na Sociedade de Economia, com o tema: um
Planejamento Necessário.
Eu ouvi aqui o Ver.
João Antonio Dib falando do Loureiro da Silva, que, na década de 50, governou
esta Cidade e que projetou um conjunto de obras. Bom, isto é verdade, foi um
grande Prefeito, que pensava no futuro, há 50 anos.
Agora, Porto Alegre
está com o seu planejamento paralisado, e a realidade mundial é outra. Nós
teremos no Rio, agora, em julho, a Rio Mais 20, que pensa justamente qual é o
caminho que o mundo deve seguir, pautado num planejamento.
Defendemos a tese de
que os territórios devem ser inteligentes. E, na grande orientação do mundo,
uma das vertentes é a questão da economia verde. O que é que significa isso?
Que quando nós formos ocupar um território – e isto está inserido nas cidades,
portanto, é papel nosso das cidades – tem que pensá-lo na sua totalidade em
função dos seus recursos naturais existentes, seja numa cidade, seja numa
agricultura, seja numa exploração mineral, porque o mundo depende dos recursos
naturais para a sua sobrevivência e a economia tem de ser cada vez mais
eficiente e mais eficaz.
E não haverá cidade
no futuro, no modelo que nós continuamos desenvolvendo e planejando, que são as
cidades horizontais, as cidades sem estratégias, as cidades onde os centros e
bairros não sejam vistos como pólos geradores de economia e riqueza local; nas
cidades, as pessoas não têm que precisar se deslocar em grandes distâncias, as
pessoas têm que ter ali os seus serviços de Educação, de Saúde, de Assistência
Social e, também, de geração de emprego e renda; o sistema de mobilidade tem
que ser integrado, a tecnologia limpa deve ser estabelecida.
Sobre o tema da ciclovia, Porto Alegre, faz um
debate equivocado; Porto Alegre precisa reconhecer a ciclovia como um novo modal
de mobilidade urbana, e não como uma disputa simplesmente dentro do território
da mobilidade.
Portanto, a Cidade precisa recuperar esse debate,
porque o planejamento é necessário. Porto Alegre está esfacelada, não tem uma
estrutura de planejamento, não pensa seu futuro.
O nosso Plano Diretor, que tanto debatemos aqui, e
analisamos, ele não é levado a sério...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: ...Para concluir, quero convidar todos os colegas
Vereadores para que venhamos a fazer uma análise do Plano Diretor, pois tudo
aquilo que nós aprovamos, há um ano, que deveria ter sido regulamentado até
novembro do ano passado, na sua grande maioria, nada foi regulamentado, nada
foi feito. Portanto, precisamos pensar num planejamento, porque nós discutirmos
leis, e, se elas ficarem como leis mortas, sob o ponto de vista do
planejamento, elas não valem nada. A Cidade precisa ter o seu planejamento em
atuação permanente, e Porto Alegre tem que ter um território inteligente.
Temos que poder, sim, nos espelhar lá naquilo que o
Loureiro fez, só que o mundo hoje é outro, precisamos incorporar essas novas
premissas e avançar pensando daqui a 30, 40 anos, mas tem que ser pensado hoje.
Porto Alegre parou no tempo no que diz respeito ao
seu planejamento.
Um grande abraço. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente Carlos Atílio Todeschini, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, meus senhores, minhas senhoras, quando eu digo que o Prefeito José
Loureiro da Silva foi o maior Prefeito desta Cidade, ele seria hoje um grande
Prefeito ainda, é porque quando ninguém era ambientalista, lá no fim da década
de 1930, ele comprou o Parque Saint’Hilaire, 1.300 hectares, como reserva
vegetal para Porto Alegre. Ele impediu que o Parque Farroupilha fosse tomado
pela Universidade. Ele previu o Parque Moinhos de Vento, apenas para dizer
isso. Eu quero dizer, na realidade, que o Ver. Comassetto tem razão quando fala
que a taxa Selic foi acima de 40%, mas a dívida interna da União era muito
menor do que é hoje. Então assumiu o Presidente Lula, e nos muros tinha escrito
“Fora, FMI!” Então, fora o FMI. Pagaram a dívida com o FMI, tem dinheiro no
FMI, 350 bilhões de dólares, só que a dívida interna feita em razão de títulos
do Tesouro cresceu uma enormidade: R$ 1, 8 trilhão. O orçamento da União é de
R$ 4, 7 bilhões. Os juros da dívida interna são maiores do que os investimentos
na saúde e em qualquer outro ramo de atividade do Governo. Somados todos, isso,
sim, deve ser analisado. Os 40% da taxa Selic foram para impedir a inflação. E se
este País não tem inflação, deve-se a Fernando Henrique Cardoso. Fernando
Henrique Cardoso, não diferente. Ninguém se iluda, porque foi aí que começou o
controle da inflação. E hoje nós temos uma inflação de 6,5%, não é de assustar,
mas é maior do que o previsto no ano de 2011, então eu acho que essa matemática
com que o Ver. Pujol está preocupado é a verdadeira matemática: a dívida
interna feita à custa de emissão de Letras do Tesouro não só para manter os 350
bilhões de dólares, com renda de 2%, e que pagam para os investidores
internacionais mais de 10% ao ano, e recebem 2%. Se retirassem do Fundo
Monetário Internacional os 350 bilhões, que recebem um rendimento de 2 a 3% ao
ano, esses 350 bilhões gerariam cerca de 50 ou 60 bilhões anuais só para a Saúde
– isso resolveria o problema da Saúde neste País. Mas nós não devemos para o
Fundo Monetário Internacional; nós emprestamos para o Fundo Monetário
Internacional e não temos Saúde no País, porque a dívida interna é de R$ 1,8
trilhão.
Portanto, não adianta elogiar o que não pode ser
elogiado. Nós estamos dirigindo mal este País. Trinta e oito ministérios! Dizem
que, quando o Papa João Paulo II esteve no Brasil, o ex-Presidente Figueiredo
tinha 12 ministérios, e ele disse que, como Jesus tinha 12 apóstolos, era por
isso que o Brasil tinha 12 ministérios. Agora temos 38, aproximando-se de 40;
Ali Babá tinha 40. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Saúdo nosso Presidente, Ver. Carlos Todeschini; nossos colegas
Vereadores, Vereadoras, público que acompanha esta Sessão. Eu acho bastante
estranhas algumas críticas trazidas por alguns colegas Vereadores, e uma delas
é do nosso Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib, quando esquece que, no
Governo da Dilma, e foi no Governo Lula, o PP é base do Governo. O Partido
Progressista, do Ver. João Antonio Dib, é base do Governo.
Eu tenho percebido, ao longo do ano passado, que o
PMDB, que tinha uma posição muito radical quanto ao Lula, lá atrás, e agora com
a Dilma, é Vice-Presidente do nosso Governo, do Governo Dilma! É preciso as
pessoas perceber que embora nós sejamos, aqui, um grão de areia, pois as coisas
acontecem muito é lá em cima, a política é ditada por lá, nós aqui não podemos
nos isentar no sentido de que não temos a nossa parte de culpa, quando as
coisas não andam conforme nós gostaríamos que fossem. Ou a população faz
críticas pontuais, como, por exemplo, descendo a planície de Porto Alegre, com
relação à questão da ciclovia. É lamentável... O Governo Municipal lança um
programa de um projeto estratégico da ciclovia e traz como modelo uma pequena
amostra na frente do prédio do jornal Zero Hora, e vejam as críticas que são,
diariamente, feitas a esse projeto de ciclovia. Agora, caiu a ficha do Governo
e ele faz um tipo de um concurso para apresentar o melhor projeto possível de
ser implementado, e mais de trinta e poucos cidadãos e cidadãs apresentaram
projetos. Eu quero ver o que o Governo vai fazer: numa ciclovia onde se houver
dois cidadãos andando de bicicleta não vão poder ultrapassar um ao outro, de
tão estreita que é essa chamada ciclovia aqui na beira do arroio Dilúvio, na
Av. Ipiranga. Então, é preciso ter os pés no chão, e governar com um certo
diálogo mais presente com a população; senão, logo ali acaba quebrando as
pernas, como diz o ditado. Então, nós percebemos que muitos são aqueles que
fazem uma certa crítica, mas esquecem, é claro, da dura realidade. E lembrando aqui
– poderia ter falado anteriormente – que o Fernando Henrique, Ver. Luiz Braz,
nobre colega, se fosse por ele teria privatizado a Presidência. Fernando
Henrique tinha uma posição bem contrária do que, hoje, os nossos Governos
defendem; portanto, não dá para esquecer certas coisas que dialogam com o
social. É preciso dizer que o Fernando Henrique não aprovou a Emenda nº 29;
inclusive, o Lula poderia ter votado, não votou; foi agora, no Governo da
Dilma, que se aprovou e se espera que seja implementada pelos Municípios e
pelos Estados.
Portanto, as coisas têm que acontecer. Lá em cima
vota, determina, é lei, mas muitos dizem que não podem cumprir a lei, é
lamentável. Por isso é que nós somos fiscalizadores do dia a dia da nossa
Cidade, do nosso Município, e temos que estar presentes. E ouvi aqui, do
Vereador, colega, Nilo – que agora não está, no momento –, que falava sobre a
questão de combate à drogadição, ao crack
principalmente, e que ele defende a questão da abordagem compulsória, se não me
engano. Portanto, nós percebemos que o Governo lançou um novo programa de
combate ao crack em nível nacional,
mas, se não houver iniciativas dos Governos Municipais e Estaduais, isso não
vai acontecer; vai ficar apenas na abordagem dos 20 dias, como ele falava aqui,
que não dá continuidade a um tratamento – e todos nós sabemos que é a base de
tudo isso, não há como recuperar um jovem se não houver uma política de
assistência continuada. É preciso, então, criar mecanismos, criar espaços,
criar locais para que isso aconteça. Então, a criatividade parte da estrutura
dos Municípios, para que, de fato, esses recursos venham ao Município e sejam
disponibilizados para as políticas que vão ao encontro da população ou daqueles
cidadãos e cidadãs que mais precisam no caso de combate à drogadição, que é o
mal do século, como muitos cidadãos e cidadãs estão falando. Esperamos que os
governos sejam mais ágeis e não tão lentos como são. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Encerrada a lista de manifestação dos Vereadores
titulares, agora passaremos às manifestações dos Suplentes.
Em votação as Atas
disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas da 1ª Reunião
Ordinária, Ata Declaratória da 2ª Reunião Ordinária, Ata da 3ª Reunião Ordinária,
Ata Declaratória da 4ª Reunião Ordinária, Ata da 5ª Reunião Ordinária e Ata
Declaratória da 6ª Reunião Ordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Presidente Carlos Todeschini, eu retorno a esta
tribuna para falar de um tema que é recorrente nesta Cidade, Ver. Braz, que é a
questão dos valores cobrados pelos estacionamentos. O jornal Zero Hora de hoje
publica uma matéria que foi suscitada pelo Sant’Ana, que não traz nenhuma
novidade, porque nós conhecemos isso, mas nos oportuniza agudizar o debate. No
Centro da Cidade, Ver. Toni, há estacionamento que cobra R$ 5,00 e chega a R$
15,00 por hora. Há estacionamentos que cobram R$ 30,00, R$ 35,00 por dia!
Quero dizer que precisamos tomar atitudes. Acho que
as demandas do Poder Público entram a cada minuto, e as soluções demoram, às
vezes, semanas, meses ou anos. Isso é realidade. Esta é uma questão da
iniciativa privada. Então, Ver. Dib, V. Exa., que foi Prefeito e caminhou nesta
direção, tem que ter estacionamento para haver concorrência, mas também tem que
ser vetada a chegada de carros ao Centro da Cidade. Sou francamente favorável a
se apertar o cerco para não chegarem veículos particulares ao Centro da Cidade
e diminuir a quantidade dos coletivos. O Centro Histórico de uma cidade é o que
há de mais rico, Ver. Braz. O nosso Centro Histórico é mais rico ainda porque
tem riquezas extraordinárias: um Mercado excepcional, uma Praça da Alfândega,
um corredor cultural riquíssimo...
Aproveitando para fazer um link, esta Casa aprovou um terreno para a Federação Gaúcha de
Futebol, meu caro Presidente, há três anos, com contrapartida de fazer um
memorial ao Luís Carlos Prestes. Eu vi, com tristeza, na manchete do Jornal
Metro, que tem sido um bom jornal pra tratar das coisas da Cidade, que o local
estava servindo de estacionamento, inclusive para o Judiciário. Isso é uma
vergonha! O povo dá um terreno para a Federação Gaúcha, que o transforma em
estacionamento. Não dá! Pelo menos a manchete diz que fechou o estacionamento.
Eu perguntei e estou aguardando uma resposta do
Secretário do Planejamento sobre se, quando ele entrou com o Projeto... A Lei
só dá prazo após a aprovação do Projeto. Quer dizer, se passarem dez anos e não
aprovarem o Projeto, o sujeito fica com o terreno ali, alugando. Está correto
isso, Ver. Dib? Passar um terreno nobre, aqui ao lado do Fórum – nobre! –, para
a milionária Federação Gaúcha de Futebol, e o povo não ter acesso! Esta Casa
aprovou o Projeto por unanimidade, mas por uma causa nobre: fazer, em
contrapartida, um memorial. Agora, vão levar dez anos para aprovar o Projeto, e
a Lei diz que, enquanto não for aprovado o Projeto, não começa a contar o prazo,
e o prazo para concluir é três anos depois de aprovar o Projeto.
Acho que muitos comungam com a minha opinião de que
esta Casa não tem necessidade de produzir muito mais leis, mas esta Casa, que é
a ressonância do coração dessa Cidade, tem necessidade de apertar o cerco na
fiscalização, porque isso é muito importante para a vida da Cidade. E não se
trata de governo, de oposição; fiscalizar é buscar encontrar soluções para as
questões do dia a dia da Cidade.
Eu não tenho tempo para falar sobre o que o
Comassetto falou, sobre o Oliboni. Eu acho que não é uma questão de Porto
Alegre. As cidades brasileiras cresceram desordenadamente. Os gestores, com
exceção dos loureiros da silva, que são poucos no Brasil, nada fizeram para o
futuro das cidades nas décadas de 1960, 70 e 80, que foi o grande boom de transferência de pessoas do
campo para a cidade, e hoje temos várias cidades dentro de uma cidade, e eu
tenho que começar olhando para o guarda-chuva da Região Metropolitana.
Acho que sobre a liderança do Daison, de Santo
Antônio, e agora do Jairo Jorge, deu-se o passo importante de criar os
consórcios, porque eu não posso conceber, de maneira alguma, melhorar a vida de
Porto Alegre sem um olhar metropolitano, começando pelo Plano Diretor...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO: ...Não dá para mexer em Plano Diretor de Porto
Alegre, Ver. Comassetto, Ver. Oliboni, sem olhar para a Região Metropolitana.
Tudo nos afeta aqui. Eu trato esgoto, em Porto Alegre, que vai chegar a 77%,
mas, se a bacia do Vale do Rio dos Sinos e dos sete rios que apontam para o
Lago Guaíba não tratar o esgoto, de nada adianta fazer isso. Eu posso fazer as
obras mais extraordinárias e um quilômetro de metrô por dia na cidade de Porto
Alegre, mas, se eu não combinar as ações da Grande Porto Alegre do ponto de
vista do trânsito da Cidade, o trânsito continuará infernal. As crianças de
rua, elas não são barradas nas pontes de Alvorada, de Cachoeirinha e de
Gravataí, elas têm acesso e têm direito de ir e vir se eu não tiver uma
política metropolitana. O assalto, eu não tenho barreiras para dizer: “Do lado
de lá, prendam os ladrões; do lado de cá, soltem os ladrões”.
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Carlos Todeschini; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, estão equivocados os Vereadores que dizem que nós votamos o Plano
Diretor e que nada foi feito. Eu acredito que os Vereadores que estão com esse
discurso não estão acompanhando aquilo que está sendo executado na área do
Governo.
Ver. Toni Proença, eu acredito que uma das
principais emendas que votamos aqui quando estávamos fazendo a revisão do Plano
Diretor foi uma que dizia que o Executivo tinha que criar uma Comissão para
fazer todo um estudo sobre as Áreas de Interesse Cultural que prioritariamente
estão ali naquela Região Central para ser apresentado a este Plenário em um
prazo de seis meses.
O Governo não conseguiu cumprir o prazo de seis
meses. Criou-se a Comissão, Ver. João Antonio Dib, e essa Comissão ultrapassou
o prazo de seis meses, mas, quando chegou o mês de dezembro, ela pôde
apresentar, lá na Comissão de Constituição e Justiça – que, este ano, tenho a
honra de presidir –, o estudo finalizado que será enviado a esta Casa este ano.
Eu pedi que aquela Comissão fizesse uma tratativa com a Mesa Diretora da Câmara
Municipal, a fim de que, antes de da vinda do estudo ser votado nesta Casa, ou
através de um projeto de lei, a Comissão viesse aqui esclarecer todos os
Vereadores a respeito daquilo que está sendo proposto para essas Áreas de
Interesse Cultural. Ora, eu acho que só isso já significa um avanço imenso. Se
nos detivermos nas Áreas de Interesse Cultural, notaremos, por exemplo, depois
daquele estudo da Ritter dos Reis, que a Cidade ficou absolutamente trancada,
porque, com aquelas determinações dos estudos da Ritter dos Reis, nós tivemos
regiões, como o caso da Av. Voluntários da Pátria, em que não se conseguia
mexer em absolutamente nada. Agora, Ver. João Dib, com esse novo estudo e com
aquelas propostas iniciais de transformação com relação a essas Áreas de
Interesse Cultural, a Cidade começa a ganhar um novo alento. E eu acho que tudo
isso se deve exatamente ao Plano Diretor. É claro que o Ver. Sebastião Melo tem
razão que aquelas áreas que são áreas limítrofes, são áreas realmente difíceis
de serem tratadas isoladamente. Nós não podemos tratar aqui os limites
simplesmente discutindo dentro de Porto Alegre aquilo que vá acontecer. Mas
Áreas de Interesse Cultural nós podemos, não é? E eu acredito que aquilo que
acontece no interior da nossa Cidade, com toda a certeza, nós devemos discutir
no Plano Diretor. Se nós não cumprimos exatamente aquilo que está no Plano
Diretor, é porque ainda não é culpa deste Governo – do Governo Fortunati –, eu
acho que isso é um defeito, Ver. João Dib, de todos os governos atuais. As
Secretarias de Planejamento foram sucateadas, principalmente nos 16 anos da
chamada Administração Popular, a Secretaria de Planejamento foi exterminada.
Então, quando se acabou com a Secretaria de Planejamento, o que aconteceu? É
claro que a gestão com relação ao Plano Diretor também ficou realmente com
problemas. Então, por isso que hoje o Plano Diretor precisa de um melhor
aparelhamento, de uma qualificação maior lá na Secretaria do Planejamento,
porque eu acho que é por onde deve passar tudo. Essa deveria ser a Secretaria
principal do Governo, deveria ser a Secretaria que estaria realmente comandando
todos os debates, principalmente na área do Plano Diretor. Mas eu acho que
vamos chegar lá!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Carlos Todeschini): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Carlos Atílio Todeschini; Srs. Vereadores, meus
senhores e minhas senhoras, o Ver. Aldacir Oliboni tocou num assunto que me
apaixonou e, agora, me frustra, que é a Emenda nº 29. E tentou culpar o
Fernando Henrique, porque agora ela foi regulamentada! Na verdade, a Emenda
Constitucional nº 29 foi aprovada no ano de 2001. Em 2002, que era o último ano
de Governo de Fernando Henrique Cardoso, não ficaria bem dizer para um novo
presidente que 10% da arrecadação tributária da União deveria ser aplicada na
Saúde; deixou para o novo presidente, que assumiu em 2003. Agora, esse
presidente que assumiu em 2003 impediu a regulamentação da Emenda nº 29, no Senado
– e ninguém me disse, eu ouvi. O Deputado Henrique Fontana, Líder do Governo,
disse: “O Governo não aceita a regulamentação, portanto, tirem da Ordem do
Dia”. E foi retirada da Ordem do Dia. A justificativa é que em 2008 havia
eleições municipais e não era conveniente. Em 2009, o Cândido Vaccarezza, Líder
do Governo, com muita ligeireza foi lá e disse: “O Governo não aceita a votação
da regulamentação da Emenda nº 29”, e outra vez o Presidente Lula não deixou.
Agora, em 2011, a Presidente Dilma deixou votar na Câmara Federal, e lá estavam
os 10% da arrecadação tributária para a Saúde, resolvendo o problema da Saúde
no Brasil, e não reclamando dos Municípios ou dos Estados. Isso resolveria o
problema da Saúde no País, fora o dinheiro que é pago na dívida interna. Mas
ela deixou votar, sim, na Câmara Federal, porque no Senado ela tinha maioria
mais que absoluta, e lá aconteceu o fato triste – também, com Sarney, Renan
Calheiros, Romero Jucá, não se podia esperar outra coisa! Foi feita uma troca:
aprova a DRU e vota a regulamentação da Emenda nº 29. E aí a minha frustração:
aprovaram a DRU, que é a Desvinculação da Receita da União, permitindo que ela
gaste 20% das receitas da União sem explicar como, por que e onde. Não são
rubricas orçamentárias, estão ao bel prazer da presidência. E os 10% da receita
tributária para a Saúde ficaram: aplica o valor do ano anterior mais a variação
do PIB. No ano passado, a variação do PIB em relação ao
ano anterior foi negativa, então não aplica nada, nem diminui, mas são os
mesmos 4, 5, 6 bilhões de reais que são aplicados na Saúde quando deveriam ser
50 bilhões de reais. O Ver. Oliboni faz uma injustiça com o ex-Presidente
Fernando Henrique, na Administração dele se aprovou a Emenda nº 29, a
regulamentação foi impedida pelo Lula, permitida pela Dilma, mas com uma troca
que foi ruim para o País. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini): Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se a
Reunião às 11h30min.)
* * * * *